De acordo com a literatura científica, mais de metade dos efeitos protetores da ingestão moderada de bebidas alcoólicas devem-se ao próprio álcool. O consumo moderado de álcool está associado, entre outras, a uma diminuição de doenças cardiovasculares.

MECANISMOS DO EFEITO PROTETOR DO ÁLCOOL
O bom colesterol
O consumo moderado aumenta as lipoproteínas de elevada densidade (HDL – bom colesterol), que se ligam ao colesterol e o encaminham para o fígado, para eliminação ou reprocessamento - evitam a deposição de colesterol nas artérias e a formação de placa de ateroma:
• Redução da oxidação das lipoproteínas de baixa densidade (LDL – mau colesterol), envolvidas no desenvolvimento de aterosclerose;
• Redução do fibrinogénio, reduzindo o risco de formação de coágulos, que bloqueiam a passagem do sangue nas artérias, resultando num ataque cardíaco ou derrame cerebral;
• Redução da agregação plaquetária;
• Melhoria da função do endotélio (interface entre parede da artéria e sangue) – o endotélio tem um papel importante na manutenção da tonicidade vascular.
• A disfunção do endotélio precede a aterosclerose. Estudos indicam que o consumo moderado de álcool, particularmente vinho tinto, melhoram a função.
Além disso, o álcool tem efeito geral anti-inflamatório que afeta os vasos sanguíneos de forma positiva, retardando assim o aparecimento de aterosclerose. A aterosclerose é a principal causa de enfarte do miocárdio e consiste na formação de placas de ateroma, que não passam de depósitos de gorduras no interior das artérias. Estas placas provocam o estreitamento ou estenose das mesmas e, portanto, impedem total ou parcialmente a passagem do sangue através delas. A consequência desta estenose das artérias por placas de ateroma será a falta de fluxo sanguíneo nos territórios regados por aquelas, podendo lesionar-se irreversivelmente essa zona (enfarte de miocárdio).
Os Compostos Fenólicos e a Prevenção
O vinho é a bebida alcoólica que apresenta maior concentração de compostos biologicamente ativos, particularmente compostos fenólicos (resveratrol, quercetina, epicatequina, taninos, antocianinas...), que são responsáveis por características organoléticas, como sabor, adstringência e corpo. Estes compostos têm ação antioxidante e parecem inibir a oxidação das LDL, prevenindo o desenvolvimento de aterosclerose, a principal causa de doença coronária.
Além disso, os compostos fenólicos combatem a ação dos radicais livres, que estão na base do envelhecimento precoce e do desenvolvimento de patologias como Parkinson, Alzheimer e alguns tipos de cancro.
Diabetes Tipo 2
As evidências científicas reunidas até à data indicam que o consumo moderado de álcool (1 a 2 bebidas/dia) está associado a uma diminuição do risco (cerca de 30%) de diabetes tipo 2, comparativamente aos abstémios ou indivíduos com baixo consumo.
No entanto, o consumo excessivo está associado ao aumento do risco. A associação entre diabetes tipo 2 e consumo de álcool parece ser em forma de “J”, sendo que o risco de desenvolver aumenta a partir de 4 bebidas/dia.
CONSUMO ABUSIVO
Efeitos prejudiciais do consumo abusivo
Se consumidas em excesso, as bebidas alcoólicas aumentam a exposição a uma vasta gama de fatores de risco, aumentando também o risco com a quantidade de álcool consumida. Deste modo, é crucial prevenir o consumo abusivo e a ACIBEV está empenhada em fazê-lo.
Estimar os custos sociais e de saúde
O consumo prejudicial e perigoso de álcool é uma das principais causas de morte prematura e doenças evitáveis. Uma em cada quatro mortes entre os rapazes jovens (entre os 15-29 anos) e uma em cada dez mortes entre as mulheres jovens está relacionada com o uso prejudicial de bebidas alcoólicas. As causas de morte incluem acidentes rodoviários, ferimentos, violência e doença no fígado. É também a causa de 7,4% de todos os casos de invalidez e mortes prematuras na UE e tem impactos negativos no trabalho e na produtividade.
O abuso do álcool também tem sido associado a várias doenças crónicas de longa duração que reduzem a qualidade de vida. Estas incluem a hipertensão, problemas cardiovasculares, cirroses no fígado, dependência do álcool, vários tipos de cancro, malefícios cerebrais relacionados com álcool e muitos outros problemas.
Para além das questões de saúde resultantes do consumo excessivo de álcool, existem consequências sociais tanto para o consumidor como para as pessoas que o rodeiam. As consequências incluem malefícios para os membros da família (incluindo crianças), para amigos e colegas, bem como para espectadores e estranhos, por exemplo, ser assediado por indivíduos embriagados.
O consumo abusivo de bebidas alcoólicas afeta ainda a vida profissional do indivíduo. Cerca de 5% dos homens e 2% das mulheres da UE-15 apresentaram produtividade negativa no emprego ou na escola.
Seja responsável. Beba com moderação.
Fonte: Wine in Moderation